A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de liberar as viagens aéreas em classe executiva para ministros e servidores de confiança veio como resposta às queixas de que as autoridades chegavam cansadas para cumprir agenda de trabalho, em outros países, após horas dentro do avião.
Ministros ouvidos pela CNN, sob a condição de reserva, justificaram que desembarcavam “quebrados”, “mortos” e “cansados” após viagens em assentos comuns. Eles rebateram as críticas de que o conforto a mais seja uma mordomia. A decisão teria levado em conta a idade de muitos ministros.
O ministro da Defesa, Braga Netto, tem 64 anos; a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, 67 anos; o da secretaria geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, 65 anos; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, 74 anos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, de 72 anos, assina junto com Bolsonaro o ato que autoriza o retorno das viagens.
Não raro, comentários dos ministros se queixando do cansaço viraram assunto nas conversas em encontros com o presidente.
Desde o ano passado, a mudança vinha sendo estudada, já que os ministros voltaram a viajar mais após a redução dos casos de Covid-19.
A avaliação interna, afirmam ministros, foi a de que críticas seriam inevitáveis, mas nem por isso valia a pena desistir. Para ministros, a mudança poderá garantir que cheguem em condições melhores para participar de reuniões em que precisam representar o Brasil.
As viagens de classe executiva estavam proibidas desde 2018, quando o ex-presidente Michel Temer barrou a compra.
Pelo decreto presidencial publicado nesta quarta-feira (12), a classe executiva pode ser requerida em viagens que durem 7 horas ou mais.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ministros defendem classe executiva e dizem que viagens são cansativas no site CNN Brasil.